Pois é, depois de várias semanas de recesso por causa da nova gripe, hoje, já em aulas há uma semana, disponibilizo um pouco do meu tempo mais uma vez para escrever no Cena Seguinte... entregue às aranhas, por sinal. Dessa vez um post sem tema próprio, diferente de como eu costumo fazer. Mas uma maneira de escrever pra passar o tempo e pra injetar ânimo nesse blog tão simpático. Porém queria abrir um parêntesis. Falar um pouco dessa pandemia e das diversas consequências que ela está trazendo, no âmbito da educação por tabela. Primeiro porque agora nos educamos a prender o espirro e disfarçar a tosse quando estamos em locais públicos, como sala de aula, ônibus, elevador. Outro dia eu entrei numa loja no Rio Sul pra ver uns jogos de videogame e tal. Depois de alguns minutos me dei conta que nenhum daqueles vendedores com seus clássicos bordões "E aí amigão, alguma ajuda? Qualquer coisa meu nome é Daniel, beleza?" apareceram pra me atazanar. Foi então que me lembrei que ao entrar na loja tossi fortemente com muita naturalidade e sem tomar precaução alguma. Quando olhei, os dois vendedores estavam amontoados no pequeno galpão do caixa, a uns três metros de mim, sem oferecer ajuda alguma. Percebi que por mais que eu não estivesse com gripe suína, não era bem vindo ali e saí logo. Em segundo lugar porque por mais paranóica que sejam as medidas de prevenção como lavar a mão bem, portar álcool gel e não compartilhar copos, aposto que elas serão muito importantes para criar hábitos de higiene na população brasileira.
Pois bem, mas o pior é que com isso tudo a gente acaba vendo gente discriminando qualquer tossezinha que alguém dá, isso já é demais...quer dizer...pensando bem, eu diria que isso é uma reação natural. Digo isso porque estava voltando de ônibus pra casa outro dia e me aconteceu uma coisa chata a respeito. Um homem que tinha acabado de passar pela roleta, estacionou em pé ao lado do meu banco e naturalmente (como eu fizera na loja de games) tossiu caninamente sem tapar a boca nem nada, na minha direção. Me senti contaminado e vi que todas as conversas cessaram e os olhares se direcionaram para o sujeito. As janelas fechadas devido ao frio logo se abriram. É uma situação chata né. E pior que o homem continuou numa boa, como se nada tivesse acontecido. A partir de então eu passei a entender porque as pessoas tendem a discriminar qualquer pigarro. Mas vamos convir né, em tempos de gripe suína, ponha a mão na boca antes de tossir que ninguém vai te comer com os olhos.
foto: GettyImages
2 comentários:
eu me sinto discriminada nos lugares! só pq eu tenho rinite alérgica...
imagina como está sendo pra mim ter que prender cada espirro? às vezes sinto que meus olhos saltarão das órbitas.
e aqui se faz, aqui se paga, né... eu odiava quem passava gelzinho toda hora. e hj sou eu quem passa. mas só o dos outros, ainda não comprei meu próprio...
outro dia fui no consulado dos eua renovar meu visto... na véspera eu tava meio resfriada, e fiquei pensando "do jeito q eles são paranoicos, é capaz d negarem meu visto se eu espirrar lá".
na boa, achei HIPER tempestade em copo d'água essa parada d gripe suína... não aguento mais ouvir falar disso. os jornais gritam "onze pessoas morreram d gripe suína!!" foda-se, só ano retrasado morreram umas 500 d dengue e não teve esse escândalo todo.. não to banalizando a morte alheia, mas puta q pariu, virar manchete do jornal o fato d terem morrido 11 pessoas d gripe suína... só pode tá d sacanagem com a minha cara né!
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