Calma! Deixe-me explicar: o Ítalo, meu ipod, que me acompanha há mais de dois anos, possui uma playlist com as 25 músicas mais reproduzidas por ele neste tempo todo. Eu nunca tinha dado muita importância à tal da lista, mas nesse dia, não sei por que, encuquei. Levei um susto quando vi que "O quereres", do Caetano Veloso, é a música mais reproduzida das 603 contidas nos giga de memória do meu ipod. O susto foi grande porque logo em seguida pensei que se, por acaso, alguém me perguntasse qual é a minha música preferida, eu nem pensaria em "O quereres".
Fui averiguar que as músicas que eu provavelmente responderia se me fizessem a pergunta nem aparecem nas 25+ do Ítalo. E se houvesse uma playlist com as 100+, apareceriam lá em baixo, quase nas últimas posições.
Passado o susto - aliás, susto bem fora de sentido -, consegui enxergar com a sanidade necessária que não é uma playlist de ipod que informa quais são minhas músicas prediletas. E acabei percebendo que aquelas músicas especiais, que conquistam a gente e nos transportam para um outro mundo, acabam perdendo um pouco da graça e do encanto se são reproduzidas com muita frequência. Tem as músicas que colam, que são como "amor à primeira vista" e que entram e saem do top 25 do ipod e da cabeça sem a gente nem perceber. Também tem as músicas da moda, que o mundo todo fala e que prontamente sentimos a necessidade de tê-la e decorá-la. Naturalmente, os sucessos repentinos mal duram um ano no nosso HD mental.
Eu só fui me desencucar com a história quando recorri à um pensamento bem simples: a quantidade realmente não importa. Nunca uma contagem de reproduções de ipod vai ter mais importância do que o espaço que destinamos às músicas queridas nos nossos terabytes de memória interna.
Fui averiguar que as músicas que eu provavelmente responderia se me fizessem a pergunta nem aparecem nas 25+ do Ítalo. E se houvesse uma playlist com as 100+, apareceriam lá em baixo, quase nas últimas posições.
Passado o susto - aliás, susto bem fora de sentido -, consegui enxergar com a sanidade necessária que não é uma playlist de ipod que informa quais são minhas músicas prediletas. E acabei percebendo que aquelas músicas especiais, que conquistam a gente e nos transportam para um outro mundo, acabam perdendo um pouco da graça e do encanto se são reproduzidas com muita frequência. Tem as músicas que colam, que são como "amor à primeira vista" e que entram e saem do top 25 do ipod e da cabeça sem a gente nem perceber. Também tem as músicas da moda, que o mundo todo fala e que prontamente sentimos a necessidade de tê-la e decorá-la. Naturalmente, os sucessos repentinos mal duram um ano no nosso HD mental.
Eu só fui me desencucar com a história quando recorri à um pensamento bem simples: a quantidade realmente não importa. Nunca uma contagem de reproduções de ipod vai ter mais importância do que o espaço que destinamos às músicas queridas nos nossos terabytes de memória interna.
foto: GettyImages
3 comentários:
A versão da Maria Bethania de "O Quereres" ficou no meu iPod por uns 3 meses. Mas enjoei da música... :-P
É como "O que será" do Chico e do Milton, adoro a música... Mas não dá para ouvir toda hora, né?
como as circunstâncias levaram embora meu ipod eu dei uma olhada no itunes mesmo. e a mais tocada é uma musica do jackson five, i hear a symphony. e eu nao escuto ela há um tempão.
tem isso, a gente nunca quer gastar as nossa musicas preferidas. mas eu já gastei várias sem querer, a ponto de botá-las pra tocar e não sentir mais nada especial. é triste
e tem aquelas que sao preferidas mas vc se dá o direito de ouvir direto. tipo, roberta sá, que não cansa jamais, né March =)
Nunca me atentei pra isso, só sei que ouço muito, muito música, e sei que passei esse gostinho sonoro pra você. Ainda no ventre tenho certeza que vc já ouvia e devia cantarolar comigo. Bjs
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