Agora não adianta mais. O Irã pode anunciar que vai jogar bomba nuclear em tal lugar, a Dilma pode desistir de se candidatar, o São Paulo Fashion Week pode incendiar... que ninguém vai ligar. Porque a espera que se iniciou lá em julho de 2006 acabou. O mundo tem, finalmente, mais uma Copa do Mundo. Durante um mês - tá, alguns podem dizer que o espírito já começou uns meses atrás - respiramos, almoçamos e dormimos futebol. No Brasil, nação fanática, nem os bancos funcionam no horário dos jogos. E eu nunca conheci alguém que na hora do jogo do Brasil dissesse "Ai, que ótimo, vou aproveitar essas horas livres para tirar um cochilo, ler um livro, hidratar o cabelo..." Estão todos ali, vidrados na televisão - ou no rádio, no celular, em algum meio que possibilite a adesão à torcida.
É o maior barato. Num país com todas as complicações como o nosso, acho que a Copa do Mundo é o que realmente une a população, do porteiro à madame da cobertura. Por 90 minutos, todos somos iguais, só queremos uma coisa: a vitória.
Para mim, Copa do Mundo sempre foi mais do que várias seleções de futebol do mundo reunidas em um país numa competição esportiva. Copa do Mundo é um evento sociológico. E eu tenho que dar graças a Deus por ser assim, porque meus pais começaram a paquerar na Copa de 86. Mal sabiam eles que na próxima Copa já teriam uma bebê assustada com os fogos em dias de jogo do Brasil. Eu não consigo lembrar da de 94, mas guardo felicíssimas lembranças da de 98 - quando Ronaldo ainda era Ronaldinho e era ídolo, quando a Coca-cola fez aqueles bonecos cabeçudinhos que fizeram um megasucesso e quando eu disse para a minha mãe num intervalo de um jogo em que o Brasil ganhava por 3 a 1: a gente já ganhou, impossível o outro time fazer 3 gols no 2º tempo para ganhar da gente. Coitadinha de mim, ainda não sabia que o futebol é a tal "caixinha de surpresas" e que nada é mais decisivo no jogo do que o apito final do juiz.
Em 2002, foi a vez de descobrir que festas podem começar às seis da manhã; e em 2006, que o Brasil cheio de esperança pode ser desclassificado e o sonho ir por água abaixo.
Agora em 2010, descobri que adultos podem, pelo menos de quatro em quatro anos, se permitir a ser criança: colecionando o álbum de figurinhas da Copa. Pela primeira vez, colecionei e bati o recorde de tempo para completar um álbum.
Acho que deu para perceber que de futebol propriamente dito eu não entendo muito. Mas o que ele proporciona à alma, acho que estou bem no caminho do entendimento.
Amanhã começa a Copa do Mundo 2010. Que não faltem gritos, vuvuzeladas, corações na boca, abraços e sorrisos. Quiçá, o Hexa!
Para mim, Copa do Mundo sempre foi mais do que várias seleções de futebol do mundo reunidas em um país numa competição esportiva. Copa do Mundo é um evento sociológico. E eu tenho que dar graças a Deus por ser assim, porque meus pais começaram a paquerar na Copa de 86. Mal sabiam eles que na próxima Copa já teriam uma bebê assustada com os fogos em dias de jogo do Brasil. Eu não consigo lembrar da de 94, mas guardo felicíssimas lembranças da de 98 - quando Ronaldo ainda era Ronaldinho e era ídolo, quando a Coca-cola fez aqueles bonecos cabeçudinhos que fizeram um megasucesso e quando eu disse para a minha mãe num intervalo de um jogo em que o Brasil ganhava por 3 a 1: a gente já ganhou, impossível o outro time fazer 3 gols no 2º tempo para ganhar da gente. Coitadinha de mim, ainda não sabia que o futebol é a tal "caixinha de surpresas" e que nada é mais decisivo no jogo do que o apito final do juiz.
Em 2002, foi a vez de descobrir que festas podem começar às seis da manhã; e em 2006, que o Brasil cheio de esperança pode ser desclassificado e o sonho ir por água abaixo.
Agora em 2010, descobri que adultos podem, pelo menos de quatro em quatro anos, se permitir a ser criança: colecionando o álbum de figurinhas da Copa. Pela primeira vez, colecionei e bati o recorde de tempo para completar um álbum.
Acho que deu para perceber que de futebol propriamente dito eu não entendo muito. Mas o que ele proporciona à alma, acho que estou bem no caminho do entendimento.
Amanhã começa a Copa do Mundo 2010. Que não faltem gritos, vuvuzeladas, corações na boca, abraços e sorrisos. Quiçá, o Hexa!
6 comentários:
Eu sinto exatamente isso. Acho que, de quatro em quatro anos, Copa do Mundo se torna um sentimento muito forte.. porque todo mundo fica mobilizado, comovido. Até minha avó, que nunca assiste um jogo, para de regar suas plantinhas ou de passar uma roupa para assistir os jogos do Brasil. O seu relato é digno de muita sensibilidade, Marcela! Adorei!
o futebol, mais do que qualquer filosofia, doutrina ou religião é a única coisa que quebra qualquer barreira e une todo mundo no mesmo estado de espírito. isso é incrível. a copa é o melhor evento que existe por causa disso, a gente se envolve e se une numa coisa só. não tem nada melhor!
Puxa, me lembro perfeitamente da Copa de 1994. No jogo contra os Estados Unidos, em 4 de Julho, me lembro claramente do meu saudoso avô afundando na poltrona de alívio quando o Brasil fez 1 a 0. Me lembro do gol do Branco, no finalzinho do jogo contra a Holanda.
Acabei de postar outra coisa no meu blog, mas só por sua causa, Miss Capobianco, vou fazer um post sobre a canarinho. :-)
Puxa é engraçado, você não se lembra da Copa de 94, por se ainda muito pequena e não se interessar tanto por futebol, eu me lembro ainda que vagamente (tinha exatos 5 anos) da copa de 58 quando o Brasil foi campeão do mundo pela primeira vez na Suécia. Lembro de ficar ouvindo no velho rádio, junto do meu velho pai os goals de Vavá, Pelé, Garrincha e Cia., e sair pulando e gritando pelas ruas, comemorando mais uma vitória do nosso escrete canarinho. Quanta lembrança boa. Quantas copas já sofri e vibrei, quantas ainda verei. Bjs
Adorei o post! Claro, leve e resume tudo que o país vive nessa época! Parabéns, Marcela! você resumiu e escreveu muito bem tudo que sentimos, achamos e queremos. beeijo !
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