domingo, 8 de maio de 2011

Miss Simpatia

Juro que sou uma pessoa simpática. Por mais que aqueles que não me veem com muita frequência possam pensar o contrário. Eu explico. Sou do tipo que trava quando encontra um conhecido ou alguém sem muita intimidade em lugares dos quais não posso fugir. Outro dia mesmo, estava no metrô, tão cansada que resolvi sentar, porque a viagem seria longa. Em uma estação qualquer, avistei um professor que me deu aula no ano passado. Como gosto dele, logo abri um sorrisão e cumprimentei. Aí vocês pensam "Ok, ela é simpática". E eu digo "Não, não sou". Porque, com tamanha receptividade, o professor veio se encaminho na minha direção. E eu fui ficando nervosa. Fazendo as contas de quanto tempo ele ficaria ali, do meu lado, e tentando imaginar algum assunto plausível para puxar. Sei que pensei tanto que, quando vi, ele estava em pé ao meu lado e eu nem olhava para a cara dele. Soltei um "Quer sentar?", mas ele recusou. Ele perguntou para que estação eu ia, respondi, e ele disse que também ia para lá. Que ótimo... vamos juntos até o fim. Outra vez tentei pensar em alguma coisa engraçadinha, perguntar sobre os alunos, as aulas... mas tudo parecia bobo. Papo de elevador também não funcionaria ali. A pressão foi tanta que calei-me para sempre. Ele olhava para minha cara e eu quieta, serena, fingindo que achava supernormal ficar de boca fechada enquanto alguém que eu conheço está ao meu lado. Com certeza ele deixou o vagão pensando que sou antipática. Ou sem educação.

E o comportamento reprovável não foi só desta vez, poderia listar várias outras ocorrências. Em ônibus, shopping, sala de aula, elevador... Mas juro que sou simpática. Quem me vê pela primeira vez numa mesa de bar, rindo, contando histórias engraçadas deve achar que sou a simpatia em pessoa. A não ser que me reencontrem em outra situação.

Sei que estas minhas reações são bobas, que se ficasse tranquila com os semiconhecidos poderia bater um papo parecido com os de mesa de bar. Infelizmente, acho que é uma parcela de infantilidade que ainda não foi embora... Pena que não posso mais tentar me esconder atrás das pernas da minha mãe.

2 comentários:

Anônimo disse...

Me vi neste seu post!!Já perdi as contas de quantas vezes fingi que não ví alguém só para não ter que falar com a pessoa e ter que puxar um assunto, então prefiro atravessar a rua ou olhar para baixo... Adoraria ser criança ainda nessas horas!!!

camila disse...

AAHHH esse comentário de cima foi meu!!rs.

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