domingo, 7 de agosto de 2011

Sem título

Este post estaria com seis meses de antecedência, não fosse pela escassez imaginativa para temas de monografia que me preocupa e me ocorre no momento. Talvez uma preocupação desimportante para você que está quebrando a cabeça em montar sua tese, ou mesmo para aquele que descobriu que seu orientador não aprovou aquela sua ideia magnífica. O meu caso é menos pior, eu confesso. Ainda não tenho nada sólido, só ideias esvoaçantes na cabeça. Esperava mais de mim.
Quando você é abordado por um daqueles pesquisadores de rua que te pedem para falar cinco cursos de inglês que te vem a cabeça, você lembra de quantos? E durante uma aula em que o professor, diante de alunos totalmente variados, sugere que se dêem ideias para determinado tema, quantos levantam a mão? Poucos, ou às vezes nenhum. É a mesma constatação de alguém que escolheu uma profissão que irá lidar diariamente com o fluxo de ideias novas a todo custo, mas não sabe do que vai falar na monografia. Irônico, não? E contraditório também. Porque eu sempre fiquei frustrado quando ninguém levantava o dedo, nem que fosse pra falar "não tenho ideias". Mas eu raramente o fiz. Agora me deparo com o mal da preguiça de refletir, coisa que eu sempre abominei.
Eu já me peguei conversando em bar, planejando milhares de projetos baseados em ideias que eu tive ali, na hora. E quantas piadas já criei naquele clima descontraído, no próprio ambiente de trabalho, mesmo atrasado porque não tinha ideia de como seria o layout do próximo anúncio. Agora se me pedir para contar um piada eu não vou lembrar, só depois de algum tempo quando o timing já tiver passado. Por isso que o problema talvez seja a formalização do raciocínio, que pega todo mundo desprevenido. Em outras palavras acredito que seja o medo de errar, por mais que pareça ilógico. É por essa constatação que eu resolvi universalizar o meu problema, mesmo pra quem, desde o primeiro período, sabe o que vai falar na monografia.
Admiro muito aqueles assuntos com títulos pomposos, que vão comparar diversas fases da história com base sempre na visão de um filósofo ou artista. Ou até quem sabe falar do que gosta sem encher linguiça. Eu, contrariando o mestre, sempre fui de ter inspiração antes da transpiração, mas paguei o preço. Já falei aqui dos meus projetos incompletos, das minhas histórias inacabadas, talvez por ser precipitado e curioso demais. E preguiçoso. Posso ficar no superficial e falar aqui vários títulos pomposos também, só que sem aplicação nenhuma. E sempre cometi esse erro. Sou daqueles que começava a escrever redações pelo título.
Usar esse problema como tema seria metalinguístico demais. E um pouco pedante. Imagina: "A problemática psíquico-existencial acadêmica a respeito de temas e títulos nos projetos finais". Não. Falar de desenhos, quadrinhos, coisas da infância seria muito amador. Períodos históricos, fatos recentes, mudanças no quadro político, também não é o meu forte. Pelo visto meu forte é criticar demais tudo que vem a cabeça. Ou quem sabe deixar o mês do desgosto passar é o melhor a fazer.

Um comentário:

Marcela disse...

relaxa, monografia é tão chato e batido que é impossível achar o tema mais maneiro, improvável e revolucionário de todos. a única coisa que vc precisa pensar é: tenho que gostar MUITO do tema. pq sentar para escrever sobre uma coisa que vc nao gosta ou não tem intimidade é impossível. minha dica é: vai no fácil!

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