Pronto. A monografia está entregue. Tudo nos seus conformes, sem desesperos na noite anterior, sem imprevistos. Nem mesmo a lei de Murphy funcionou comigo quando a internet de casa resolveu parar de funcionar faltando menos de 24 horas para a tão falada e esperada entrega. Mas isto não é importante, pelo menos não aqui, nesse texto.
Ontem, quando pensei que pegaria, hoje, pela última vez o 569 para me levar para a PUC, tive vontade de chorar no meio da rua. Hoje de manhã, mais segura, fiquei atenta ao letreiro dos ônibus e consegui fotografar aquele que faria minha derradeira viagem Laranjeiras-Gávea. Lembro que, caloura ainda, pensava que seria impossível me formar sem ser atropelada ao atravessar a Rua Professor Manoel Ferreira, pertinho da faculdade, mas, que, sem sinal de trânsito, é um verdadeiro obstáculo para os jovens sonolentos que tentam chegar sãos à sala de aula. Cá estou, formanda, sem nunca ter levado um arranhãozinho na tal da rua. Já no Edifício da Amizade, reconheci alguns rostos, mas não a maioria deles, como costumava acontecer há alguns meses. Tratei de encontrar meus amigos e dividi com eles o prazer de estar ali para me livrar de todo o peso, não muito pesado, diga-se de passagem, dos quatro anos de curso. Não me bateu saudade adiantada destes amigos, porque sei bem que deles dificilmente sentirei falta deles. Faço questão de que estejam sempre comigo.
A hora da entrega foi bem sem graça, esperei horas só para assinar um papel... Mas fui tentar compensar com a última cerveja no boteco do Seu Pires. Acompanhada do outro escriba deste blog, fui convidada pelo garçom a ficar em pé, já que não íamos almoçar. Ok, não era assim que esperava beber a última Antarctica Original no Pires, mas fomos para o balcão sem arrumar estresse. Foi só uma garrafa, claro, e partimos para a despedida do clássico almoço no Delírio Tropical. Como hoje não é terça, fiquei meio frustrada porque não era dia de salmão e Marcia Fu, minha salada favorita. Ok de novo, estava feliz com minhas outras saladinhas. Na saída, é claro, tinha que esquecer a comanda na bandeja e voltar correndo para apanhá-la antes que estivesse no lixo. Deu tempo! Fiz questão de ir de metrô para o estágio, fazendo, assim, uma ode ao meu trajeto dos últimos 15 meses. No vagão do metrô, uma surpresa: a superclássica voz da moça que indica as estações e nos recomenda cuidado com o vão entre o trem e a plataforma mudou! Saiu a voz robótica, entrou um som bem natural. Como se uma amiga estivesse conversando com a gente. Curti, mas não deixei de pensar "poxa, são outros tempos mesmo, até a voz do metrô mudou". Quando saltei na Glória, um anúncio apontava em letras garrafais: "Diga olá para o seu futuro". E eu dei um sorrisinho para mim mesma, porque a propaganda casava direitinho com o meu momento.
Depois de hoje, estou mais leve, sei que cumpri um dever. Não tenho a menor ideia de como vai ser tudo daqui para a frente. Mas duas certezas eu tenho: ainda vou pegar muito 569 e muito metrô - seja com voz robótica ou amigável - e vou dizer "olá" para o meu futuro várias vezes nessa vida.
5 comentários:
Q orgulho!! Minha primeira amiga a se formar... parabéns!
Acho q no meu último dia vou chorar o dia todo... Msm q nao aguente mais faculdade.
O que dizer? Nada!!! Só lágrimas de emoções escorrendo no meu rosto
e do outro lado da rua tem as mudanças. q sejam boas =)
to com com olhos cheios de lagrimas....estava por acaso ouvindo cazuza- faz parte do meu show- e com o seu texto me dei conta q nao teremos mais almoco no delirio, marcia fu, passeios ao shopping da gavea, viagens de onibus juntos, hadouken no meio do pilotis, acai, pao de queijo, cha verde de garrafa....eu ainda terei tudo isso por mais seis meses, mas vc nao estara la....serao seis meses totalmente deprimentes...
Pois é, minha cara...
Daqui a exatos 2 dias fará 1 ano (!!) que tive minha última aula na PUC.
Saudades eternas daquela universidade, mas não do curso.
Postar um comentário