Se eu percorrer nas minhas lembranças eu encontro sempre uma maré de felicidade nos meses de dezembro. Não me lembro de acreditar em Papai Noel, e isso não é uma declaração de alguém que foi uma criança gênio precoce e percebeu que era impossível que renas voassem ou que seria impossível distribuir milhões de presentes em uma noite só. Eu não dava bola porque ligava muito mais pro que precedia o Natal do que pro dia de fato. Pra mim era mais interessante sentir que tudo estava no clima. As músicas, mesmo as mais enjoadas, eram o pano de fundo. E quando as luzes chegavam às ruas, às janelas, eu e meus irmãos já pensávamos num presente que fosse legal pros três. Até o calor sufocante dessa época era fundamental pro cenário. Tudo embalado nas brincadeiras com meus amigos, todos de férias, correndo sem perceber que anos depois o clima de Natal não ia chegar tão facilmente.
Eu vim realizando meus próprios estudos acerca do fato. O Natal não é o mesmo quando não se é criança. Isto é sem dúvida uma verdade. Desde o momento misterioso que vim deixando de ser uma, por instinto de sobrevivência eu venho construindo meu cenário de Natal artificialmente. Se entra dezembro, a árvore deve estar montada com as músicas tocando pra suscitar na memória o clima todo. Um panetone sempre vai bem, porque o cheiro é fundamental pro ambiente natalino. Tendo tudo isso pronto, organizado minuciosamente, eu já me sinto apto a receber o dia 25 de braços abertos. O almoço de família tão esperado. O tender, as rabanadas, o bolo de nozes. Mas quando entra pela meia noite do dia 26 tudo acaba. As propagandas da TV viram imediatamente propagandas de ano novo, não faz mais sentido ouvir as musiquinhas e os presentes já foram todos abertos. Não me lembro do fim do Natal ser tão rápido e triste assim na infância. Aliás, eu nem me lembro de ter crescido pra ter que construir meu próprio Natal.
E tem sido assim. Sempre mais demorado sentir o Natal chegar. Esse ano me ocupou o tempo dos meus preparativos. O Natal chegou por influência indireta, no cumprimento de tabela. Há um tempo que ele não chega natural como antes. E o mais engraçado é que todo ano eu persisto em fazer questão de sentir o clima, mesmo mais atarefado e desanimado a cada ano, mesmo sabendo que eu não sou mais criança. E vou confessar: ainda assim, eu estou louco pra chegar meia noite.
Um Feliz Natal pra todos que mesmo crescidos ainda acreditam ;)
Eu vim realizando meus próprios estudos acerca do fato. O Natal não é o mesmo quando não se é criança. Isto é sem dúvida uma verdade. Desde o momento misterioso que vim deixando de ser uma, por instinto de sobrevivência eu venho construindo meu cenário de Natal artificialmente. Se entra dezembro, a árvore deve estar montada com as músicas tocando pra suscitar na memória o clima todo. Um panetone sempre vai bem, porque o cheiro é fundamental pro ambiente natalino. Tendo tudo isso pronto, organizado minuciosamente, eu já me sinto apto a receber o dia 25 de braços abertos. O almoço de família tão esperado. O tender, as rabanadas, o bolo de nozes. Mas quando entra pela meia noite do dia 26 tudo acaba. As propagandas da TV viram imediatamente propagandas de ano novo, não faz mais sentido ouvir as musiquinhas e os presentes já foram todos abertos. Não me lembro do fim do Natal ser tão rápido e triste assim na infância. Aliás, eu nem me lembro de ter crescido pra ter que construir meu próprio Natal.
E tem sido assim. Sempre mais demorado sentir o Natal chegar. Esse ano me ocupou o tempo dos meus preparativos. O Natal chegou por influência indireta, no cumprimento de tabela. Há um tempo que ele não chega natural como antes. E o mais engraçado é que todo ano eu persisto em fazer questão de sentir o clima, mesmo mais atarefado e desanimado a cada ano, mesmo sabendo que eu não sou mais criança. E vou confessar: ainda assim, eu estou louco pra chegar meia noite.
Um Feliz Natal pra todos que mesmo crescidos ainda acreditam ;)
2 comentários:
Feliz Natal!
Hoje é dia 24, já distribuí presentes aqui em casa, já ajudei a fazer o pavê de nozes (olha só!!), já até ouvi Simone... mas não to sentindo nenhum clima natalino. é, cresci. mas quando chegar meia-noite, só vou pedir paz q é, fundamentalmente, a essência do natal, né... crescer é bom!
Foda.
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