Sei meu lugar no mundo. Mentira. Ao contrário do meu xará D2, ainda não tenho nem ideia de onde é meu lugar no mundo. Mas há uns dias comecei a perceber aquele que, com certeza, não é meu lugar no mundo. E este lugar fica examente entre o volante e o banco do motorista. Acontece. Longe de mim escrever que estou desistindo, até porque só fiz metade das aulas práticas necessárias para realizar a tão maldita e aterrorizante prova da autoescola. Mas sei que aptidão é aptidão, e quando a gente nasce para fazer bem alguma coisa, isto é descoberto logo. Sei que ainda é cedo para atestar que sou uma motorista fraca. O que são 11 aulas com uma hora cada? E a maioria às sete da manhã... de sábado!! O certo é que não rolou intimidade entre mim e o volante. Sabe aquela troca legal? Que a gente sente logo no primeiro encontro? Pois é, não aconteceu. E nem deve acontecer, e acredito até que o volante já alimente ódio por mim, de tanto que eu o seguro firme. Muito firme, até de mais, a ponto do meu instrutor dizer que eu preciso tomar uma maracugina antes das aulas, e ele, açaí para ter força para movimentar o volante preso às minhas mãos. O cinto de segurança, que deveria me proteger, também não deve gostar de mim. Acho que é porque, na primeira aula, quando o instrutor pediu que eu colocasse o cinto, mecanicamente (ou burramente mesmo), levantei o braço para o lado direito, como se o cinto estivesse ali naquele lado. Tá rindo? São 21 anos de banco de carona, pô! A caixa de marchas, então... deve ter até tremeliques quando a doida, que nunca sabe em qual marcha está, se aproxima. Vou até poupar o coitado do instrutor, que desde que me conheceu, deve passar noites terríveis de sexta para sábado e de domingo para segunda, só imaginando o que a doida vai aprontar na manhã seguinte. Mas acho que ainda há esperança. Ainda não atropelei ninguém, a não ser uma baliza, que nem sofreu muito. Por isto que não vou desistir, pelo menos até dezembro - quando termina o meu prazo para tirar a carteira - mesmo que seja reprovada várias vezes na tal prova maléfica. O que posso garantir agora é que, se chegar dezembro e eu ainda estiver na condição atual, de pedestre convicta, continuarei assim por um bom tempo. De repente até uma pedestre eterna. E sem pânico. Vai ver, é até bom viver uma vida sem IPVA, Gasolina, GNV, revisão, suspensão, alinhamento, balanceamento... e repleta de RioCard!
3 comentários:
ainda consigo lembrar do cheiro de estofado velho do meu tempo de pedestre convicto. também era uma tortura pra mim ter que acordar pra autoescola, ficava irritado, desanimado, me achando o pior motorista do mundo. e vc sabe minha história né? mas o momento que vc passa na prova vale por todo esse sofrimento sem cabimento, que é mais frustração do que qualquer coisa.
dirigir é que nem botar guardanapo no colo pra parecer chique. vc acostuma aos poucos, até q no final faz sem perceber =P
eu ainda tô na fase primária do costume
relaxa, a troca legal tb não aconteceu comigo e com o carro de primeira. nossa relação precisou de amadurecimento.
na minha primeira aula, eu ia lerdamente qd um filho da puta gritou "tá começando mal, hein!". até hoje desejo tudo de pior àquela pessoa.
saí da autoescola sem saber mudar de pista e sem saber dirigir no trânsito selvagem do rio de janeiro (observação feita por uma amiga de niterói; aqui a gente dirige mt agressivamente).
passei na autoescola de primeira, sabe lá deus como. mas, na primeira vez q peguei o carro com carteira de motorista, bati. tipo deus cobrando o favor d me passar de primeira.
e hoje, vc pode andar no meu carro com a semi-segurança de q não vai morrer, pelo menos não por culpa minha. pelo menos só bati mais uma vez, e foi pq eu era estagiária estressada de escritório e tava mandando sms pro meu chefe no engarrafamento. oq importa é que consigo dirigir e chegar sã e salva, em regra, a meu destino final.
então, de novo, relaxa, é assim com todo mundo.
Gostei. To rindo sozinho até agora tanto da cronica quanto dos comentários. Vcs são demais. A meu Deus como é bom ser jovem. Bjs
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