Vi isso em algum lugar e concordo plenamente: existem dois tipos de pessoas, as que gostam de esporte e as que detestam se exercitar. Eu pertenço ao segundo grupo, e sem ressentimentos. Mas tenho de reconhecer que, entre os "molengos", há aqueles que precisam viver fazendo dieta para não virar uma bola e os que comem de tudo, desgustam um chocolate a cada refeição e continuam um palito. Eu sou daqueles que, se se descuidam, se transformam numa bola e podem sair rolando por aí, principalmente na semana entre o natal e o ano novo. Refém do lento metabolismo, fui matriculada na natação aos 2 anos não para emagrecer, mas para aprender a nadar e respirar. Fiquei na piscina até os 14, quando já não aguentava mais a professora, o cloro, a touca, o óculos apertando o rosto e a música ininterrupta das meninas do nado sincronizado. É certo que alguns familiares torciam para que eu me destacasse e subisse em pódios Brasil afora, mas tudo o que consegui no esporte foi uma medalha de honra ao mérito, daquelas que envergam quando você morde. Adolescente, me encontrei no teatro, e os minutos de alongamento e expressão corporal - apesar de dolorosos - renovavam o espírito, e eram vitais para o rendimento do ensaio. Quando descobri que viver me passando por outras pessoas - isto é, ser atriz, e não uma criminosa falsária - não era para mim, me restou a academia e o seu eterno clima de saúde plastificada, suas músicas de night chatérrimas... E sobre isto já falei em outro texto. Resisti ao máximo, mas, há uns dois meses, tive maturidade o suficiente para admitir que aquele ambiente não é para mim. Mais cedo ou mais tarde, sairia pela porta dos fundos. Como as calças jeans andam apertadas, não me entreguei ao sofá e ao brigadeiro de panela e fui em busca de uma nova atividade física. Conversando com amigas, resolvi dar uma chance ao tão bem falado - e cotado e caro - Pilates. Como sou descrente de quase tudo, achava estranho o método ser tão unanimidade entre os que o praticam. Marquei uma aula experimental tomada pela desconfiança e também pela esperança. Não precisei ir de tênis: ponto positivo. E, ao chegar na salinha daqueles aparelhos que parecem de tortura moderna, e ouvir músicas calmas de Djavan e Cassia Eller, pensei que poderia estar num caminho certo, ou mais parecido com o meu jeito. Ninguém precisava "revezar" comigo. Além da professora, muito simpática, só duas coroas que conversavam com a mesma empolgação sobre baratas, shoppings que estão prestes a desabar, emagrecimento e cremação de defuntos e sequer lançavam olhares para a minha barriguinha. Me senti bem, relaxada como nos tempos de teatro, mas sei que, como foi uma aula experimental, nem tudo são flores, ainda vou suar e sofrer. E, se quiser emagrecer, vou ter que fechar a boca e pronto. Daqui a uns dias já vou poder dizer que sou adepta do Pilates. Não sei se isto vai significar alguma coisa na balança ou em frente ao espelho. Mas pelo menos já levantei do sofá.
5 comentários:
Já fiz Pilates por um tempo e também adorei! Morro de vontade de voltar! Eu definitivamente me enquadro no grupo daqueles que adoram se exercitar! hahahaha acredito um pouco que exercício é um vício! Como você mesmo disse, só é necessário encontrar aquele que você se enquadra! Ou aquele que se enquadre em você! Mas uma coisa tenho certeza, quanto maior o resultado, maior é a vontade de praticar a atividade! Boa sorte nessa nova aventura Marcelitcha! Beijo grande
Vai com tudo má :) pilates é quase estilo de vida, sou apaixonada! Se exercitar com os pés descalços, em um chão macio é maravilhoso...
Pode ter certeza que você vai suar bastante, mas vale a pena... Com certeza melhor do que as músicas de night, e os revezamentos com o suor alheio...
ai, eu amo! concordo com o fabio, quanto maior o resultado, maior a vontade de praticar a atividade, e eu acho que, pra mim, deu mt resultado... e o clima é mt melhor do que o de academia, aquela gente chata.
Brigada, gente! Tô torcendo muito para que dê certo!!
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